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Na capital pernambucana, circularam panfletos com acusações falsas de cunho religioso contra Marília Arraes; na capital gaúcha, Manuela D'Ávila foi alvo de mais de 500 mil compartilhamentos de conteúdos falsos contra ela nas redes sociais

Por Giulliana Bianconi e Sanny Bertoldo

"Arraes não é só meu sobrenome, e o PT não é só meu partido. São símbolos de um projeto de transformação social”. Essa era a fala de abertura do vídeo de Marília Arraes destacado nas suas redes sociais durante toda a campanha, onde o ex-presidente Lula também marcava presença, apostando na vitória da neta de Miguel Arraes (1916-2005). A candidata, que poderia mesmo representar mudanças no cenário político que jamais foi liderado por uma mulher no executivo municipal, foi derrotada neste domingo pelo primo de segundo grau, João Campos (PSB), que comemorou uma vitória confortável, ficando com 447.913 dos votos válidos (52,27%). Marília somou 348.126 (43,73%).

Apontada como "arrogante" pelo adversário, por sempre evidenciar sua maior experiência na política, Marília afirmou, em coletiva de imprensa, após a derrota, que é este o tom necessário para abrir espaço num meio adverso à presença feminina. “Quero que, nas próximas eleições, mais mulheres estejam nesses espaços. Quero que essa minha postura mais firme, mais forte, que por vezes foi chamada pelo meu adversário de arrogância, inspire outras mulheres. Não se tem o costume de que mulheres tenham posições mais fortes, firmes. E que isso inspire as mulheres que estão no dia a dia sofrendo diversas violências”, disse, ontem, em um hotel no centro do Recife. 

Marília Arraes e João Campos fizeram uma campanha que refletiu a força das oligarquias pernambucanas. Mas enquanto Marília precisou brigar para assumir o posto de candidata, sendo desacreditada por lideranças locais do PT em Pernambuco, como o senador Humberto Costa, no PSB, o filho de Eduardo Campos (1965-2014) e bisneto de Miguel Arraes, era o candidato natural.

Das 20 cidades onde havia mulher concorrendo, só  sete terão prefeitas a partir de 2021; em Palmas (TO), Cinthia Ribeiro venceu disputa para o Executivo municipal no primeiro turno 

Por Flávia Bozza Martins e Vitória Régia da Silva

As mulheres eram candidatas à prefeitura em 20 cidades na disputa do segundo turno, mas foram eleitas neste domingo (29) em apenas sete. Nenhuma capital brasileira elegeu uma mulher. No total, elas serão 658 prefeitas (13%), contra 4.800 prefeitos (87%) pelo país, o que mostra que a representatividade feminina no executivo continua baixa. 

“É mais difícil eleger minorias sociais, como mulheres, ao cargo majoritário porque o sistema é menos propício para eleições de mulheres. Além disso, é necessário que a mulher tenha capital político e partidário construído ao longo do tempo. Sabemos que não é fácil conseguir isso; a estrutura social, o financiamento não ajudam nessa construção política das candidatas. As mulheres encontram muito mais barreiras, por isso, temos um resultado pior do que nas proporcionais”, destaca Karolina Roeder, cientista política e doutora em cientista política pela Universidade do Paraná. 

Para Roeder, o sucesso maior desta eleição foram os casos de mulheres que já estão na vida política há algum tempo, como Marília Campos, em Contagem (MG). As eleitas se concentram principalmente em Minas Gerais, onde as mulheres conquistaram as três prefeituras que disputavam. Marília Aparecida Campos (PT) foi eleita prefeita de Contagem em um pleito apertado, com 51% dos votos válidos. Ela já foi prefeita da cidade entre 2005 e 2012. O derrotado, Felipe Saliba (DEM), teve 49% dos votos.

Mulheres negras foram eleitas pela primeira vez em quatro capitais, mas são apenas 6% do total de vereadores, segundo análise da Gênero e Número com dados do TSE

Por Flávia Bozza Martins e Vitória Régia da Silva

O primeiro turno das eleições de 2020 trouxe vários ineditismos referentes à presença de mulheres negras nas capitais brasileiras, mas o desafio da paridade de gênero e raça continua. As mulheres negras, maior grupo demográfico do país (28%), segundo o IBGE, foram apenas 6% dos eleitos para vereança e prefeitura neste pleito, segundo análise da Gênero e Número, feita com dados dos Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - ainda há 20 mulheres concorrendo à prefeitura no segundo turno, sendo apenas quatro negras, em 59 cidades. Em 2.952 municípios do país, nenhuma mulher negra foi eleita à Câmara Municipal. 

“O desafio ainda é grande (...) Acreditamos que as respostas são construídas coletivamente, especialmente pelo movimento de mulheres negras. É importante visibilizar ainda mais as mulheres negras nos espaços de política institucional, além de promover estratégias materiais para que cheguem lá, expandindo financiamento, recurso financeiro e tempo de campanha das mesmas”, destaca Diana Mendes, cofundadora e coordenadora do movimento Mulheres Negras Decidem. 

As mulheres negras foram 84.418 candidatas à vereança, mas só 3.634 acabaram eleitas, representando 6% nas novas câmaras municipais. No executivo, a sub-representação é ainda pior: de 856 candidaturas femininas negras, até agora foram eleitas 209 à prefeitura, o que significa que as mulheres negras são o grupo menor representado nas prefeituras brasileiras (4%). No segundo turno das eleições municipais, são quatro mulheres negras concorrendo a prefeitura (3,57%), enquanto são 13 (11,61%) das vices na disputa. 

Desigualdade de gênero e raça nas eleições 2020

Enquanto homens brancos são 59% dos prefeitos eleitos, mulheres negras são apenas 4%; 20 mulheres estarão na disputa do Executivo no segundo turno

negra(o)s

branca(o)s

candidata(o)s

eleita(o)s

Câmaras

de vereadores

negra(o)s

branca(o)s

Candidata(o)s

Mulheres

6%

9%

17%

17%

38%

44%

34%

30%

homens

Eleita(o)s

Prefeituras

8%

4%

4%

8%

28%

31%

59%

55%

*Para esta análise só foram considerados negros e brancos

 

fonte tse

Desigualdade de gênero e raça nas eleições 2020

Enquanto homens brancos são 59% dos prefeitos eleitos, mulheres negras são apenas 4%; 20 mulheres estarão na disputa do Executivo no segundo turno

negra(o)s

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Câmaras

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Mulheres

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*Para esta análise só foram considerados negros e brancos

 

fonte tse

De ofensas a tentativas de assassinato, houve 114 ocorrências de violência contra candidatos e eleitores antes do primeiro turno; segundo levantamento inédito, regiões Sudeste e Nordeste foram as campeãs de violência eleitoral

Por Agência Pública, Amazônia Real, Gênero e Número, Marco Zero Conteúdo, Ponte Jornalismo, Portal Catarinas, Projeto #Colabora, Agência Saiba Mais, Plural

Candidata pela segunda vez neste pleito, a vereadora Elizangela Altoé (PT), de Cachoeiro de Itapemirim (ES), denunciou ter sido agredida pelo empresário Robson Salles Gratival, dono da loja de motos ZeroKm, enquanto cumpria agenda de campanha na sexta-feira (13/11). O empresário a teria agredido verbalmente, jogado uma lata de cerveja na candidata e ainda a teria derrubado no chão. “Quando eu estava no chão, o agressor me segurava pelo cabelo, tive machucados na mão e no braço. Fui agredida por ser mulher e por ser de esquerda, do PT”, conta a candidata. Após as agressões, ela foi encaminhada para o hospital do município. Altoé registrou um boletim de ocorrência na 7º Delegacia Regional da Polícia Civil da cidade, que investiga o caso.

Esse tipo de agressão afasta mulheres da política, que já são minoria nos espaços de tomada de decisão, segundo Altoé. “O lugar onde fui agredida era um lugar muito comum de candidatos fazerem campanhas, por isso eu compreendo que a agressão foi a mim enquanto candidata mulher. Isso mostra o olhar das pessoas em relação à mulher e como é mais fácil para eles nos agredir (...) Desde esse dia, eu parei de fazer campanha”, conta. Em vídeo que circula pelas redes sociais, é possível ouvir o empresário chamando Elizangela de "puta".

O caso não foi isolado. Um levantamento inédito realizado por uma coalizão de nove veículos jornalísticos contabilizou 114 casos de violência relacionados à eleição ocorridos desde o começo de novembro. Isso significa que houve, em média, um episódio de violência política a cada 3 horas nos primeiros 15 dias de novembro. O levantamento inclui ameaças, ofensas, agressões, tentativas de homicídio e assassinatos. O número de ataques é 60% maior do que o registrado às vésperas das eleições de 2018. Em pelo menos 8 ocasiões, as mulheres foram alvo de violência política de gênero.

Mulheres negras são 39%, enquanto homens brancos são 11% de possíveis candidaturas laranjas;  partidos não cumprem regras do TSE para financiamento de mulheres e pessoas negras 

Por Maria Martha Bruno

Enquanto homens (84%) e pessoas brancas (53,5%) são maioria entre os vereadores eleitos no Brasil no último domingo, mulheres (68%) e pessoas negras (60%) são maioria entre um grupo que o sistema eleitoral brasileiro insiste em perpetuar: as possíveis candidaturas laranjas. Análise preliminar da Gênero e Número, feita com dados dos Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o expediente das candidaturas laranja continua. 

A ausência ou escassez de votos é um dos indícios de que podem se tratar de candidaturas laranjas, isto é, lançadas pelos partidos apenas para cumprir o mínimo de 30% de mulheres determinado pelo TSE. Outro indicativo que os dados mostram — não apenas de candidaturas laranjas, como da falta de apoio às candidaturas nos partidos — é a falta de financiamento. 

Candidata a vereadora de Itacoatiara (AM), A.S. não tem bens, votos, nem financiamento de campanha. Não recebeu um centavo de seu partido, segundo a mais recente prestação de contas de candidaturas do Amazonas ao Tribunal Superior Eleitoral. Na cidade, outras 20 candidatas também não receberam nenhum voto. E entre elas, somente duas registraram doações para suas campanhas: uma recebeu R$ 74 de um ex-prefeito da cidade e outra, R$ 2 mil de seu partido. Itacoatiara é a cidade com maior quantidade de candidaturas que receberam de 0 a 2 votos no Brasil: 42. O número representa mais de 10% do total de candidatos na cidade. 

laranjas (1)

Segundo mapeamento da Associação Nacional de Transexuais e Travestis, são 30 as candidaturas trans eleitas em 2020, sendo que sete foram as mais votadas em suas cidades; há quatro anos, apenas oito chegaram às câmaras municipais

Por Vitória Régia da Silva

Mestra em educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e ativista dos direitos humanos, Linda Brasil (PSOL/SE) foi eleita a primeira mulher trans à vereança de Aracaju e a mais votada entre todos os candidatos à Câmara Municipal da cidade, com 5.773 votos. Ela está entre as 30 pessoas trans eleitas nesse pleito, segundo mapeamento da Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra) e entre as sete mulheres mais votadas nas capitais brasileiras. Sua vitória nas urnas era bastante esperada, já que havia sido candidata a vereadora em 2016 e a deputada estadual em 2018 pelo PSOL, mas apesar de ter recebido uma votação expressiva, não foi eleita.

“Somos a primeira, mas não seremos as únicas e últimas. Espero que esse resultado estimule que muitas outras pessoas trans possam construir e ocupar esse espaço e provoque transformações reais na sociedade”, disse Brasil, parafraseando a frase dita pela vice-presidente eleita nos Estados Unidos, Kamala Harris.

As eleições municipais de 2020 tiveram um recorde de candidaturas trans e de pessoas trans eleitas. Foram 294 candidaturas pelo Brasil, sendo 30 candidaturas coletivas e apenas 2 para prefeitura e 1 para vice-prefeitura. Isso representa um aumento de 226% em relação a 2016, quando foram  89 candidaturas. Em 2020, o número de pessoas trans eleitas quase quadruplicou: são pelo menos 30, contra as 8 eleitas em 2016. Esse número pode aumentar, já que a Antra continua fazendo o mapeamento das eleitas.

Número de pessoas trans eleitas para as Câmaras Municipais quase quadruplicou este ano

Pelo menos 7 mulheres trans e travestis foram as mais votadas em suas cidades

30 trans eleitas

7 mais votadas

nas suas cidades, sendo 2 em capitais

17

brancas

13

negras

Por estado

SP 16

MG 4

RS 3

RJ 2

ES 1

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PR 1

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SE 1

As mais votadas

Linda

Brasil

branca

Tieta

Melo

branca

PSOL

São Joaquim da Barra SP

PSOL

Aracaju SE

Lorim

da Valéria

branca

Titia

Chiba

negra

PDT

Pontal SP

PSB

Pompeu MG

Duda

Salabert

branca

PDT

Belo

Horizonte MG

MDB

Patrocínio Paulista SP

Dandara

negra

Paulette

Blue

branca

PSDB

Bom

Repouso MG

Partidos com candidatas eleitas

1

PT 4

MDB 4

PL

DEM

PTB

PSB

AVANTE

PSOL 6

PDT 4

REP

PV

PSDB

PROS

DC

PODE 2

fonte antra

Número de pessoas trans eleitas para as Câmaras Municipais quase quadruplicou este ano

Pelo menos 7 mulheres trans e travestis foram as mais votadas em suas cidades

30 trans eleitas

13

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17

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7 mais votadas

nas suas cidades, sendo

2 em capitais

As mais votadas

Linda

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Lorim

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Paulista SP

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Pontal

SP

Dandara

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Tieta

Melo

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PSOL

São Joaquim

da Barra SP

fonte antra

Pesquisador e doutor em demografia, José Eustáquio Alves diz que os partidos são os maiores responsáveis pelo avanço lento das mulheres na política; segundo ele, se nada mudar, a igualdade entre homens e mulheres nas prefeituras só acontecerá em 300 anos

Por Sanny Bertoldo

A presença de mulheres nas câmaras municipais têm aumentado a cada eleição. Se, em 2016, 13,5% dos eleitos para vereador eram do sexo feminino, esse ano, a proporção subiu para 16%. Um avanço tímido que, para o pesquisador, consultor e doutor em demografia José Eustáquio Alves, revela uma tendência nada animadora. Segundo ele, se continuarmos nesse ritmo, só em 56 anos haverá paridade entre homens e mulheres no legislativo municipal. Para a prefeitura, a demora será ainda maior: 300 anos.

Alves acredita que a dificuldade para se alcançar a paridade de gênero na política não passa pelo perfil do eleitorado brasileiro, que elegeu e reelegeu Dilma Rousseff para a presidência do país. O problema, diz, são os partidos políticos. “A barreira está nos partidos políticos, que são controlados por homens que controlam os recursos das candidaturas, que querem continuar tendo poder”.

O pesquisador defende que já passa da hora de a lei das cotas para  candidaturas femininas subirem para 50% e afirma que o país só tem a ganhar quando é igualmente representado por homens e mulheres nas esferas de poder.

Sul registra menor proporção de negros nas câmaras municipais; mulheres são 18% do total de vereadores nas capitais

A vereança das capitais brasileiras será consideravelmente negra em 2021. Somando as cadeiras de todas as 25 capitais que elegeram suas câmaras neste domingo (15), 44% serão ocupadas por pessoas negras. Quando olhamos para gênero, mulheres serão 18% de todas as vereadoras de capital do Brasil.

Palmas (TO) é a cidade com maior quantidade de pessoas negras eleitas: entre as 18 cadeiras, há somente uma pessoa branca. De acordo com o IBGE, a categoria de negros inclui pretos e pardos. Em Cuiabá (MT), negros são 76% da câmara municipal. Mulheres, entretanto, são apenas duas entre todos os eleitos. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral.

Nas últimas décadas, apenas oito mulheres foram eleitas para o cargo em capitais; ano com maior número foi 2000, com 6 prefeitas

Por Lola Ferreira

No próximo domingo, vamos às urnas eleger prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Na eleição com maior número de candidatos de todos os tempos, o aumento de mulheres candidatas a chefes do Executivo Municipal foi tímido em relação às eleições de 2016, e a três dias do pleito, não há muitos sinais de que 2020 é o ano que iremos mudar os cenários dos últimos 20 anos, em que somente oito mulheres foram prefeitas em capitais do Brasil. 

Neste pleito, só duas capitais têm mulheres liderando as pesquisas de intenções de voto: Porto Alegre (RS), com Manuela D'Ávila, do PC do B, e Palmas (TO), com Cinthia Ribeiro, do PSDB. Além delas, apenas outras três capitais têm mulheres em segundo lugar, onde o primeiro lugar tem menos de 60% dos votos, ou seja, com chances de irem ao segundo turno e disputarem a prefeitura: Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE) e Recife (PE). No melhor dos cenários, cinco capitais elegerão mulheres em 2020, mas ainda assim é menos do que em 2000, quando 6 prefeitas foram eleitas e foi o pico das últimas duas décadas.

Gênero e Número foi investigar os principais feitos por essas oito mulheres desde 2000, principalmente em temas de interesse de outras mulheres, como educação infantil e assistência social, secretarias de políticas para mulheres e políticas de suporte à mulher. O cenário revela que a eleição de mulheres não significa automaticamente avanços nesses assuntos, mas há pontos a serem observados para ajudar a escolher seu voto.

Mulheres de esquerda são minoria entre as poucas prefeitas

das capitais desde 2000

Apenas oito mulheres ocuparam o Executivo municipal nas capitais

2000

2004

2008

2012

2016

NO

Teresa Surita

psdb / pps / mdb

Boa Vista / rr

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palmas / to

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Luizianne Lins

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Katia Born

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Wilma de Faria pdt

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Marta Suplicy

pt

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SUL

Angela Amin

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fonte Tribunal Superior Eleitoral

Mulheres de esquerda são minoria entre as poucas prefeitas das

capitais desde 2000

Apenas oito mulheres ocuparam o Executivo municipal nas capitais

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fonte Tribunal Superior Eleitoral

Mulheres de esquerda são minoria entre as poucas prefeitas

das capitais desde 2000

Apenas oito mulheres ocuparam o Executivo

municipal nas capitais

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2004

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fonte TSE

No próximo domingo, os brasileiros vão às urnas esolher seus representantes municipais. Para ajudar a decidir seu voto, reunimos alguns dados importantes sobre esse pleito que você deve saber

Por Vitória Régia da Silva

No próximo domingo, dia 15 de novembro, eleitoras e eleitores vão às urnas decidir quem comandará seus municípios no Executivo e Legislativo pelos próximos 4 anos. Em um contexto de pandemia devido ao coronavírus, a campanha eleitoral sofreu alterações e o discurso de ódio e a violência política se intensificaram nas redes sociais, afetando principalmente candidaturas e eleitores de grupos mais vulneráveis, como mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBT+. 

É neste caldeirão de informações e a partir do olhar sobre gênero, raça e sexualidade, que reunimos alguns dados que evidenciam o desafio que é a paridade de gênero e raça na política nacional para ajudá-lo em sua escolha. 

Às vésperas das primeiras eleições após a vitória de Bolsonaro, Flávia Biroli e Maria das Dores Machado, autoras do livro “Gênero, neoconservadorismo e democracia”, refletem sobre a capilaridade dos movimentos feministas, antirracistas e LGBT em um Brasil de aliança entre evangélicos e neoliberais

Por Maria Martha Bruno

Como a ascensão do discurso antigênero se relaciona com o processo de corrosão da democracia enfrentado por Brasil e outros países governados pela extrema-direita populista? Quais os pontos de contato do projeto político de evangélicos e neoliberais? O que ainda falta para o feminismo brasileiro aumentar sua adesão em camadas ainda afastadas das discussões sobre gênero? Flávia Biroli (professora de Ciência Política na UnB), Maria das Dores Campos Machado (professora de Serviço Social da UFRJ) e Juan Marco Vaggione (professor de Sociologia na Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina) reuniram no livro “Gênero, neoconservadorismo e democracia” (Ed. Boitempo) reflexões que ajudam a entender a aliança conservadora que domina a política institucional no Brasil e está em ascensão em parte da América Latina.

Às vésperas da primeira eleição após a vitória de Jair Bolsonaro em 2018, Biroli e Machado falam com cautela sobre suas perspectivas para as forças feministas, antirracistas e LGBT nas urnas e pregam a aproximação de mulheres cristãs neoconservadoras: “Nós, do movimento feminista, temos que definir uma agenda de trabalho junto a este segmento, reconhecendo que nossos discursos e os tipos de estratégias de atuação precisam ser repensados e que as escolhas destas mulheres são racionais”, diz Maria das Dores Machado. Flávia Biroli aponta que a agenda de comportamento também deve ser apropriada pelos segmentos democráticos e pluralistas: “As alianças dos setores progressistas não podem separar o ‘moral’ e o ‘econômico'”.

Dos 69 agentes de influência no Congresso Nacional, mapeados pela plataforma Religião e Poder, 40 estão em campanha e dez estão na disputa por algum cargo nas eleições 2020

Por Maria Martha Bruno

A pouco mais de duas semanas das eleições municipais, os agentes de influência do Congresso Nacional estão engajados em aumentar ou manter seu poder em seus estados de origem. Nas redes sociais, em caminhadas ou a bordo de jatinhos particulares, a maioria deles está em campanha por apadrinhados ou familiares, e o apelo à religiosidade e aos assuntos de cunho moral se misturam com temas de zeladoria que caracterizam a disputa nas cidades.

São 69 parlamentares que se destacam pela alta capacidade de influência, agregação e alcance político nos temas relacionados a religiões, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) e pela Gênero e Número, na plataforma Religião e Poder. Três deles estão fora do jogo: o senador Arolde de Oliveira (PSD/RJ), que morreu de covid-19 na semana passada; a deputada federal Flordelis (PSD/RJ), apadrinhada do falecido senador e que agora prega em templos vazios de tornozeleira eletrônica, e Marcão Gomes (PL/RJ), suplente de um parlamentar que reassumiu o cargo.

A atuação dos agentes de influência nas eleições municipais foi analisada de acordo com o que eles expõem em suas redes sociais. Enquanto a ampla maioria (50) está envolvida no pleito, os demais não expõem apoio explícito a nenhuma candidatura. No entanto, isso não significa que estejam alheios à eleição de 2020: Marco Feliciano (Republicanos/SP), da tropa de choque bolsonarista em Brasília, pede em suas redes: “Cristão que tem consciência do que é o seu voto não vota em ninguém que é do PT, PCdoB e PSOL”.

Influenciadores no Congresso e nas eleições municipais

Maioria dos parlamentares que se destaca pela forte atuação nos temas relacionados à religião está em campanha por apadrinhados ou familiares

40 Em campanha

10 Candidatos

19 outros

15 ad

9 iurd

7 Batista

11 outros

27 Católica

fonte Religião e Poder

Influenciadores no Congresso e nas eleições municipais

Maioria dos parlamentares que se destaca pela forte atuação nos temas relacionados à religião está em campanha por apadrinhados ou familiares

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Em campanha

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fonte Religião e Poder

Influenciadores no Congresso e nas eleições municipais

Maioria dos parlamentares que se destaca pela forte atuação nos temas relacionados à religião está em campanha por apadrinhados ou familiares

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fonte Religião e Poder

Segundo levantamento da Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra), 275 pessoas trans estão concorrendo a cargos eletivos este ano, 208% a mais do que em 2016; para a entidade, número de filiados a partidos de direita é assustador

Por Sanny Bertoldo e Vitória Régia da Silva*

Comunicadora e produtora de eventos, Brenda Santunioni mora em Viçosa, Minas Gerais, há 26 anos. Já foi chefe do departamento de turismo e vereadora da cidade e, este ano, está concorrendo à Prefeitura pelo Patriota. Ela é uma das duas candidatas trans na disputa a prefeita nestas eleições municipais (a outra é Letícia Lanz, do PSOL, que concorre em Curitiba, no Paraná) e está entre as 106 candidaturas trans que concorrem a cargos eletivos por partidos de direita, segundo a Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra). A divisão dos partidos por espectro político foi feita pelo Congresso em Foco.

“A forma mais óbvia e simples de acabar com o preconceito é participando da vida cotidiana da comunidade. A importância de ter candidaturas de todos os tipo de pessoas, de diferentes profissões, origens, religões, é a mesma das trans: a diversidade de ideias”, diz Santunioni.

As eleições municipais de 2020 terão pelo menos 275 candidaturas trans em 25 estados, segundo levantamento da Antra (que continua sendo atualizado), um número 208% maior do que em 2016, quando houve 89 candidaturas e oito pessoas eleitas. A maioria está vinculada a partidos de esquerda (51%), mas 38,5% vão concorrer por partidos de direita, e 10,5% por partidos de centro. Para Santunioni, não há conflito. Ela diz que sempre foi convidada a participar da vida política de Viçosa por partidos de direita. Neles, não se discutem questões de orientação sexual, por considerar “uma coisa muito íntima”, e busca-se o reconhecimento pelo trabalho que realiza.

Trans nas eleições

275 candidaturas vão disputar cargos eletivos em 2020; filiados a partidos de direita chegam a quase 40%

candidaturas por região

116

30

77

26

26

centro-

oeste

sul

sudeste

norte

nordeste

Candidatura por espectro político definido pela Antra

esquerda

direita

centro

15

MDB

13

PP

43

PT

27

PSOL

15

PSDB

13

PSD

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PL

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PSL

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PCdoB

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PDT

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10

DEM

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RIEDADE

7

PTB

5

PSC

5 PATRIOTA

4

AVANTE

4

PV

12

PSB

3

REDE

4 PMB

2 DC

2 PTC

1

PCB

1

PRTB

1

UP

2

PMN

2 PROS

4 REPUBLICANOS

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fonte Antra

Trans nas eleições

275 candidaturas vão disputar cargos eletivos em 2020; filiados a partidos de direita chegam a quase 40%

candidaturas por região

116

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Candidatura por espectro

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PSL

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PTB

5 PATRIOTA

5

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fonte Antra

Trans nas eleições

275 candidaturas vão disputar cargos eletivos em 2020; filiados a partidos de direita chegam a quase 40%

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43

PT

27

PSOL

21

PCdoB

22

PDT

4

PV

12

PSB

3

REDE

1

PCB

1

PR

TB

1

UP

2

PMN

4 CIDADANIA

4

AVANTE

7

SOLIDA-

RIEDADE

15

PSDB

2 PROS

15

MDB

13

PP

13

PSD

12

PL

7

PSL

10

DEM

7

PODEMOS

5 PATRIOTA

5

PSC

7

PTB

2 PTC

2 DC

4 PMB

4 REPUBLICANOS

fonte Antra

Para coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinar de Ação Afirmativa, o racismo, as desigualdades e os processos de competição interna dos partidos são alguns dos fatores que justificam esse cenário, mesmo em cidades com população majoritariamente negra

Por Flávia Bozza Martins, Marilia Ferrari e Vitória Régia da Silva*

O município de Marilac, que fica a 353 km de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, tem apenas pouco mais de quatro mil habitantes, com 84,5% da sua população composta por negros. Aldo França Souto (MDB/MG) encerra este ano seu segundo mandato como prefeito da cidade. O maior nome à frente deste município majoritariamente negro é um homem branco. E, nestas eleições, o cenário não pretende ser diferente, já que todos os candidatos a prefeitura da cidade são brancos. O município não é o único. Apesar de menos da metade da população do estado ser branca (45,06%), 326 das 853 cidades (38,2%) não têm candidaturas negras ou indígenas, segundo levantamento da Gênero e Número a partir dos dados do Tribunal Superior Eleitoral.

Nestas eleições de 2020, os candidatos negros a prefeito e vereador superaram os brancos, 50% e 48% respectivamente (um pequeno crescimento, 2,08%, em relação a 2016), mas essa maioria não se reflete nas candidaturas ao Executivo. Os candidatos brancos são 64% dos prefeitáveis de todo país, o que mostra que o cenário eleitoral ainda está longe de uma paridade racial. Em 2152 municípios brasileiros há apenas candidaturas brancas (38,6%), enquanto apenas 80 municípios apresentam só candidaturas negras (8,62%) e um município apenas candidaturas indígenas (0,02%).

Super-representatividade branca nas prefeituras do Brasil

 

Em apenas dois estados, a proporção de candidaturas brancas é menor do que a proporção de habitantes da mesma raça. Os candidatos brancos são 64% dos prefeitáveis de todo o país, incluindo municípios em que a população negra é maioria

0

50%

100%

% DE habitantes BRANCoS

% DE habitantes não-BRANCoS

brasil

% DE CANDIDATURAS BRANCAS

% DE CANDIDATURAS não-BRANCAS

A seta indica que existe uma % maior

de candidaturas brancas do que de habitantes brancos no Brasil. Quanto maior a seta, maior a diferença.

MS

ES

RJ

SP

RN

MG

CE

AL

PR

MT

PE

MA

RS

BA

GO

TO

SC

RO

PA

PI

RR

AM

PB

AC e AP apresentam o número de habitantes brancos maior que o número

de candidaturas brancas

SE

AC

AP

fonte: tse

Super-representatividade branca nas prefeituras do Brasil

 

Os candidatos brancos são 64% dos prefeitáveis de todo o país, incluindo municípios em que a população negra

é maioria

0

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% DE habitantes

não-BRANCoS

% DE habitantes

BRANCoS

brasil

% DE CANDIDATURAS BRANCAS

% DE CANDIDATURAS

não-BRANCAS

A seta indica que existe uma % maior

de candidaturas brancas do que

de habitantes brancos no Brasil.

Quanto maior a seta, maior a diferença.

MS

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RO

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SE

AC

AP

AC e AP apresentam o número

de habitantes brancos maiorque

o número de candidaturas brancas

fonte: tse

Super-representatividade branca nas prefeituras

do Brasil

 

Os candidatos brancos são 64% dos prefeitáveis de todo o país, incluindo municípios em que

a população negra é maioria

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% DE habitantes

BRANCoS

% DE habitantes

não-BRANCoS

brasil

% DE CANDIDATURAS

BRANCAS

% DE CANDIDATURAS

não-BRANCAS

A seta indica que existe uma % maior

de candidaturas brancas do

que de habitantes brancos no Brasil.

Quanto maior a seta, maior a diferença.

MS

ES

RJ

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AC

AP

AC e AP apresentam o número

de habitantes brancos maiorque

o número de candidaturas brancas

fonte: tse

Pelo menos quatro partidos deixaram de apresentar 30% de candidaturas femininas em 100 ou mais municípios; PT não tem nenhuma mulher candidata em 48 cidades, o PSOL, em 30

Por Flávia Bozza Martins, Marilia Ferrari e Vitória Régia da Silva

Os partidos até cumpriram a cota de 30% para candidaturas femininas no total (prefeituras + câmaras municipais), mas, como diz o ditado, o diabo mora nos detalhes. Neste caso, nos números. Apenas três (UP, PSC e NOVO) entre os 33 partidos do Brasil, apresentaram pelo menos 30% de mulheres candidatas à Câmara dos Vereadores em todos os municípios em que lançaram candidaturas, como determina a lei.

E quatro partidos deixaram de cumprir esta cota em 100 ou mais municípios: PP (144), MDB (143), PSD (138) e PT (137). Juntos, os quatro recebem mais de meio bilhão de reais do Fundo Eleitoral. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram analisados pela Gênero e Número.

A legislação eleitoral (art. 10, § 3º, da Lei das Eleições) determina que, pelo menos, 30% das candidaturas efetivamente lançadas por um partido político sejam destinadas ao gênero oposto ao da maioria, o que historicamente seriam cotas para mulheres. Só que, em alguns municípios, os partidos apresentaram apenas uma candidatura, sempre masculina, para vereador. Neste caso, não tratamos de descumprimento da lei de cotas de gênero, já que a cota começa a contar a partir de dois candidatos.

“A dificuldade de fiscalização e do controle do TSE é em todos os níveis, mas nos municípios temos muito mais. Tem que haver um acompanhamento durante todo o processo eleitoral para termos controle desses 30%, porque durante o processo candidaturas podem ser impugnadas. Não existe pessoal para fiscalizar isso. Essa fiscalização, assim como a do financiamento, é retroativa ou para casos de denúncias específicas”, destaca Hannah Maruci, doutoranda em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora de gênero e eleições.

Somente 3 partidos cumpriram cota de gênero em todos

os municípios onde lançaram candidaturas

PP, MDB, PSD e PT não cumpriram a cota de 30% de mulheres candidatas em mais de 130 municípios

número de municípios em que cada partido

lançou candidatos, mas não atingiu 30%

de candidaturas femininas

O PP não atingiu

30% de candidatas

mulheres em

144 municípios

150

municípios

PP

MDB

140

PSD

PT

130

DEM

PSDB

120

REPUBLICANOS

110

PL

Os cinco partidos que

mais recebem recursos

do Fundo Eleitoral em 2020

PSB

PSL

PDT

100

201 milhões

PT

PTB

199

PSL

148

MDB

PATRIOTA

90

140

PP

PODE

139

PSD

80

CIDADANIA

70

PC DO B

SOLIDARIEDADE

AVANTE

60

50

PSOL

PRTB

40

DC

PV

PMN

30

PTC

REDE

PMB

20

PCO

PCB

PSTU

Partidos que têm ao menos 30% de representatividade feminina em todos

os municípios onde

lançaram candidadaturas

10

municípios

10

0

UP / PSC / NOVO

fonte tse

Somente 3 partidos cumpriram cota de gênero em todos

os municípios onde lançaram

candidaturas

PP, MDB, PSD e PT não cumpriram a cota de 30% de mulheres candidatas em mais de 130 municípios

quantidade de municípios em que cada partido lançou candidatos, mas não atingiu 30% de candidaturas femininas

O PP não atingiu

30% de candidatas

mulheres em

144 municípios

150

PP

MDB

140

PSD

PT

130

DEM

PSDB

120

REPUBLICANOS

Os cinco partidos que mais recebem recursos do Fundo Eleitoral em 2020

110

PL

PSB

PSL

PDT

[em R$ milhões]

100

PTB

201

PT

199

PSL

PATRIOTA

90

148

MDB

PODE

140

PP

139

PSD

80

CIDADANIA

70

PC DO B

SOLIDARIEDADE

AVANTE

60

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PSOL

PRTB

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DC

PV

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PTC

REDE

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PCO

Partidos que têm ao menos 30% de representatividade feminina em todos

os municípios onde lançaram

candidadaturas

PCB

PSTU

10

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UP / PSC / NOVO

10

fonte tse

Somente 3 partidos cumpriram cota

de gênero em todos

os municípios onde

lançaram candidaturas

PP, MDB, PSD e PT não

cumpriram a cota de 30%

de mulheres candidatas

em mais de 130 municípios

quantidade de municípios em que cada partido lançou candidatos, mas não atingiu 30% de candidaturas femininas

O PP não

atingiu

30% de

candidatas

mulheres em

144 municípios

150

PP

MDB

140

PSD

PT

Os cinco partidos

que mais recebem recursos do Fundo Eleitoral em 2020

130

DEM

[em R$ milhões]

201

PT

PSDB

120

199

PSL

148

MDB

REPUBLI-

CANOS

140

PP

139

PSD

110

PL

PSB

PSL

PDT

100

PTB

PATRIOTA

90

PODE

80

CIDADANIA

70

PC DO B

SOLIDARIEDADE

AVANTE

60

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PSOL

PRTB

40

DC

PV

PMN

30

PTC

REDE

PMB

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PCO

PCB

PSTU

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UP / PSC / NOVO

Partidos que têm ao menos 30% de representatividade feminina em todos

os municípios onde lançaram

candidadaturas

fonte tse

Quase 180 mil mulheres são candidatas este ano, mas elas representam apenas 34% do total; candidaturas negras aumentaram em relação a 2016 e são maioria no país

Por Flávia Bozza Martins, Maria Martha Bruno e Marília Ferrari

Após o encerramento do prazo para a inscrição de candidatos nas eleições municipais de 2020, no sábado (26 de setembro), os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam um panorama pouco promissor em relação à igualdade de gênero: a quantidade de candidaturas de mulheres para as prefeituras aumentou apenas 0,1% em relação a 2016, ano das últimas eleições municipais. Em relação às candidaturas para as câmaras municipais, o aumento foi de apenas 1,3%. Elas são quase 180 mil candidatas e representam 34% do total de postulantes para ambos os cargos.

O estado com maior percentual de candidatas é Roraima (35,5%), onde também houve o maior aumento na quantidade de candidatas na comparação com 2016: 11%. Pernambuco é o estado com menor proporção de candidatas (32%) e na Paraíba foi onde a variação foi a menor, na comparação com as últimas eleições: um aumento de apenas 1,36% na quantidade de candidaturas de mulheres.

Os negros são 270 mil candidatos a prefeitos e vereadores, aumento de 2,08% em relação a 2016. Apesar da pequena variação, a quantidade de negros superou a de brancos: 50% versus 48%. Isso não aconteceu em 2016, quando brancos eram maioria (51,5%). O Norte é a região com maior percentual de mulheres negras concorrendo aos cargos, com 76%. Em seguida vem o Nordeste, com 68%.

Candidaturas negras são maioria nas eleições 2020

Eles somam 50% versus 48% de brancos; mulheres são apenas 13% dos candidatos a prefeituras e 34% das concorrentes às câmaras municipais

Por raça

negra

branca

outras

50%

negro(a)s

47%

branco(a)s

+2%

-3,6%

variação em relação

a 2016

Por gênero

mulheres

homens

Prefeituras

13%

mulheres

87%

homens

+0,1%

- 0,8%

Câmara dos vereadores

34%

mulheres

66%

homens

+1,3%

- 1,3%

fonte: tse

Candidaturas negras são

maioria nas eleições 2020

 

 

Eles somam 50% versus 48% de brancos; mulheres são apenas 13% dos candidatos

a prefeituras e 34% das concorrentes

às câmaras municipais

Por raça

negra

branca

outras

50%

negro(a)s

47%

branco(a)s

+2%

-3,6%

variação em relação

a 2016

Por gênero

mulheres

homens

Prefeituras

13%

mulheres

87%

homens

+0,1%

- 0,8%

Câmara dos vereadores

34%

mulheres

66%

homens

+1,3%

- 1,3%

fonte: tse

Candidaturas negras são maioria nas eleições 2020

 

Eles somam 50% versus 48% de brancos; mulheres são apenas 13% dos

candidatos a prefeituras

e 34% das concorrentes

às câmaras municipais

Por raça

negra

branca

outras

50%

negro(a)s

47%

branco(a)s

+2%

-3,6%

variação em relação

a 2016

Por gênero

mulheres

homens

Prefeitura

13%

mulheres

87%

homens

+0,1%

- 0,8%

Câmara vereadores

34%

mulheres

66%

homens

+1,3%

- 1,3%

fonte: tse

Nas últimas cinco eleições municipais, quantidade de homens eleitos com educação básica foi quase sete vezes maior que o de prefeitas com ensino superior; maioria entre as candidaturas, eles são privilegiados pelos partidos, independentemente de sua escolaridade

Por Flávia Bozza Martins, Lola Ferreira, Maria Martha Bruno e Marília Ferrari

Dois candidatos de 48 anos, brancos, casados e com carreira política disputaram a eleição de 2016 em uma pequena cidade no interior do Maranhão. Uma diferença entre ambos é a escolaridade: um declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que lê e escreve, enquanto outro declarou ter ensino superior completo. O que os afasta nas urnas, no entanto, não é o diploma. É o gênero. O diferencial curricular que poderia colocar a candidata graduada frente ao adversário não foi suficiente, e com isso ele foi reeleito. Ela, apesar do diploma e melhor qualificação, não conseguiu se eleger e tentará novamente este ano.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral analisados pela Gênero e Número mostram que, nas últimas cinco eleições municipais, entre 2000 e 2016, mulheres com ensino superior (completo ou incompleto) foram eleitas para quase 1.800 prefeituras, enquanto homens apenas com a educação básica (escola) conquistaram prefeituras 12.528 vezes. Em 2000 essa disparidade chegou ao máximo, quando 52% de homens sem diploma foram eleitos e apenas 3% de mulheres com ensino superior foram escolhidas pela população. Em 2016, elas chegaram às prefeituras de 8% das cidades do país. Já homens apenas com a educação básica foram eleitos em 42% dos 5.570 municípios.