Um Brasil mais negro e indígena absorveu e sofreu com os impactos das maiores tragédias climáticas que ocorreram no governo de Jair Bolsonaro. Este ano, 238 pessoas morreram no município de Petrópolis (RJ). O epicentro da tragédia foi o Morro da Oficina, favela onde mais de 80 casas foram atingidas por um deslizamento de terra. No Nordeste, em 2019, mais de 350 mil pescadores de toda a costa foram afetados por manchas de óleo que se espalharam até o Espírito Santo, enquanto, em 2022, moradores da periferia de Recife (PE) e de cidades do Sul da Bahia foram vitimados por enchentes.
De pária a possível protagonista, o Brasil chega à COP 27, no Egito, com o desafio de discutir o racismo ambiental. Nomes como Marina Silva e Célia Xacriabá, e membros da Coalizão Negra por Direitos chamam a atenção para a cor e raça da maioria das vítimas. Dados do IBGE sobrepostos a alguns destes principais desastres mostram a cor e raça predominantes nas áreas afetadas. Não é coincidência. É racismo ambiental.